Falando sobre o TDHA
- Claudia Vitale
- 21 de jun. de 2022
- 3 min de leitura
Pais e cuidadores,
Falando um sobre o TDHA.
Os comportamentos desafiadores e oposicionistas são comuns em crianças e adolescentes, como uma característica transitória de desenvolvimento. Sem perceber, muitas vezes, o modelo que oferecemos ao nosso filho acaba reforçando a efetividade de comportamentos inadequados e fazendo com que ele aprenda que seu comportamento minimiza ou evita exigências externas e garante gratificações imediatas. Assim, esse padrão comportamental é fortalecido no seu repertório e torna-se a sua principal estratégia para lidar com o ambiente.
Nos últimos informes, sugeri algumas condutas educativas e afetivas, além de técnicas disciplinares para que os comportamentos mais funcionais sejam estabelecidos. Sabemos que a baixa qualidade de práticas educativas e disciplinares e a convivência que autorize a realização de atos não adequados, fazem com que nosso filho não aprenda a lidar com seus impulsos e as frustrações inerentes à vida em sociedade.
No tratamento do seu filho dependo, em boa medida, da melhoria das habilidades de empatia e da demonstração de afeto de vocês. Aumentar o repertório afetivo dos pais é fundamental para mim!
Comumente converso com alguns pais, sobre a concepção de que os comportamentos disfuncionais são derivados da “falta de limites” e da cultura do “tudo pode”. Embora, evidentemente isso tenha total coerência, tenho para fins terapêuticos, que definir o que seja “dar limites”. Percebo que pais altamente punitivos com seus filhos muitas vezes acham que estão fornecendo limites, porém “dar limites” diz respeito a estabelecer regras claras e adequadas e gerar contingência para que tais regras sejam cumpridas.
O que tenho observado é que muitas vezes alguns papais não sabem definir regras e fazê-las cumprir.
Outro aspecto é a tendência a usarem estímulos aversivos, como surras, palmadas, broncas, etc...) para coibir comportamento. A prática confirma que a punição tende a ser um meio de eliminar comportamentos, mas não ensina os novos e adequados.
Vamos lembrar que em vez de punirem, reforcem positivamente comportamentos positivos!
Vejam:
1. Forneçam respostas e resultados de forma mais imediata;
2. Utilizem incentivos antes de punir;
3. Tornem o mais concreto possível o pensar e a resolução de problemas;
4. Não falem muito, ajam! ;
5. Busquem estarem preparados com antecedência para situações problemáticas e principalmente;
6. Pratiquem o perdão.
Nos momentos “mais tensos”, há uma sequência de passos que podem seguir, como um “cartão de enfrentamento” :
1. Estabeleçam regras e consequências lógicas razoáveis para os comportamentos do seu filho. Digam a ele antecipadamente o que acontecerá caso se comporte mal;
2. Quando o comportamento indesejável ocorrer, tenham consciência da necessidade de novos sentimentos. Coloquem os “ velhos sentimentos “ no armário – aviso – trabalho à frente!
3. Qual a mensagem positiva do mau comportamento de seu filho? Por exemplo, ele está tentando lhe dizer “ eu preciso conhecer os limites de suas regras”, ou “ eu preciso me sentir independente”?;
4. Como você reagirá? – Qual a consequência predeterminada para este comportamento indesejado ( veja item 1)? – Qual a melhor mensagem que você pode dar ao seu filho para que ele possa aprender melhor e com menos conflito ( e menos trabalho para você)?
Escolhi esta semana, uma técnica que citei no último informe, e que nos traz excelentes resultados, além de engajar toda a família. Envolvam os irmãos e estabeleça um prêmio extra para a família toda!
Vamos experimentar!
Economia de Fichas
Vocês devem estabelecer uma relação de comportamentos desejáveis. Escolham 3 comportamentos para iniciar !
O seu filho ( pode ser na forma de jogo, brincadeira, etc...), deve, com vocês, definir o prêmio que receberá ao somar um determinado número de fichas (pontos). Lembrem-se que cada comportamento desejável apresentado vale um número de fichas.
As fichas devem ser fornecidas todos os dias (lembrem-se da questão da relação temporal entre comportamento e reforço) e, num dia determinado da semana, seu filho deve trocar suas fichas por seu prêmio! Valorize demais este dia!
As fichas são depositadas por vocês em um pote transparente (pode ser de plástico e grande), que deve ficar exposto em um lugar “de destaque” da casa. Os comportamentos escolhidos devem ser registrados em um cartaz ou outro material que deve ficar próximo ao pote. Caso seu filho ainda não leia efetue o registro usando desenhos. As fichas podem ser de plástico, papel ou outro material que preferir. Caso queira usar a cor para diferenciar os pontos de cada ficha, ótimo! As fichas devem ser “ alegres”.
Usem a criatividade, divirtam-se e Acreditem!!!
Inventem Momentos Felizes em família.
Beijos
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